Joana Carolina Paro
Espreita tua presa,caçador,
hoje é o seu dia...
Escancara a intenção
e ela entrega.
Não tem força pra fugir do seu destino,
está no cio e sangra em desatino.
Espreita tua presa, caçador,
hoje é o dia dela...
Disfarça a tua fome
e ela desarma.
Sorrateira, toma conta dos instintos
e se perde em milhões de labirintos.
Faz o jogo dessa fêmea, caçador!
Sente o cheiro do desejo que ela exala
Ouça o medo que alimenta sua dor!
Nesse jogo, não tem presa, caçador.
Tem encontro, tem entrega e desejo,
tem carícias, olhares...tem beijo!

INSÔNIA
Joana Carolina Paro
O que é isso que me acorda
as três horas da madrugada?
Esse calor de dentro prá fora
esse desejo repentino que aflora!
Detesto grades nas janelas,
mas são as grades da minha janela
que me permitem deixá-la aberta.
E adoro janelas abertas!
Sangro, e não tenho uma Tenda Negra
para acolher o feminino em seu tempo
de humores alterados pelos ciclos.
Nas cidades, mulheres são soldados
marchando lado a lado com seus homens.
Amo a noite!
O silêncio da lua clara
inundando a terra de luz prateada...
Misteriosa e mutante lua poderosa,
feminina e nua comanda as águas
de sua distante e fria pousada.
Nessa noite, a lua é cheia e me desperta.
Ela me chama pelas grades da janela,
altera a maré dos meus líquidos internos,
feminino que sangra em tempo estéril.
Uiva a loba...
guardiã da porta entreaberta.
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