21.2.07

OLHAR DE LONGE



Joana Carolina Paro nov/2005

Agora já posso olhar-te de longe...
mais de mil dias separam as nossas moradas,
muito mais de mil e uma noites sem ti.
Minha mente já não te pensa todos os dias
e meus dias já não são mais vazios também.
Agora já posso olhar-te de longe...
sem minhas projeções sobre ti,
posso ver-te por inteiro, claramente,
ver o homem que, por tempos, eu não vi.
Se frustrei-me, fiz tudo sozinha,
esperei o que não podias empenhar.
A ti, com certeza frustrei várias vezes,
mesmo sempre querendo te agradar.
Mas agora, já posso olhar-te de longe,
não com indiferença e frieza,
pois nenhuma mágoa carrego comigo
já livrei-me das culpas e do castigo,
resgatei meu eu ferido e acolhi o teu.
Olhar-te de longe é sem o desejo de possuir,
é respeitar teu destino, tuas escolhas,
é reconhecer a importância do amor que vivemos,
e o imenso carinho que ainda nos temos.
Olhar-te de longe
é poder honrar a nossa história
e guardá-la para sempre
no coração da memória.

Um comentário:

Blog da Joana Paro disse...

Para quem acha que te conhece, lindo poema, meu bem!