11.2.07

RAÍZES



Joana Carolina Paro

Solta, nesse tempo perdido,
Sem história das raízes ancestrais,
sem ritos e crenças verdadeiras,
sem costumes ou deuses originais...
Fui buscando, nessa vida, o sentido
Da existência desses seres que me habitam...
Medos... emoções... apegos...segredos...

Quando ouvi aquele canto que chamava,
Fui seguindo por instinto ou encanto,
E encontrei os curumins e sua tribo,
de sua dança sagrada comungando!
Senti vibrar em minhas veias
Aquela música presente no meu corpo.
Meus pés lembraram passos do passado
E dançaram a dança do seu povo.

Minhas células resgataram a memória,
Minha história, as raízes que perdi,
Reconheceram o vigor do sangue indígena,
Que é o mesmo dessa tribo Guarani!
A emoção iluminou os meus sentidos...
Preencheu-me de uma imensa gratidão!

Pertinência... amor pelo meu povo...
Continência... permissão para ser
Simplesmente índia... nua... lua... estrela...
Ser ave que voa bem alto...
Ou o vôo... que, livre, norteia
A alma da índia de volta para a aldeia!

Florianópolis, setembro de 2002.

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