
MULHER... APENAS !
Joana Carolina Paro
Herdei o nome de minhas avós, e com ele a homenagem e as expectativas de que eu viesse a ser tudo aquilo que elas representavam na vida de meus pais.
Tarefa difícil... Quase impossível!
Principalmente num tempo de grandes revoluções do feminino, tempo em que as mulheres decidiram romper seus casulos e abrir suas asas coloridas num vôo incerto.
Sou fruta dessa estação. E trago em mim todas as revoluções!
Em meus genes, carrego a tristeza do abandono e toda a esperança dos imigrantes que aqui chegaram em busca de “leite e mel”... Trago a terra de minha pátria no sangue indígena, a dança e a saga de um povo que foi meu!
Em meu peito, as marcas profundas de tantos sonhos que a cultura machista me roubou...
Em meu corpo, o SOL e o SAL , o PAI e a MÃE que me alimentam... E todos os seres de que fui capaz!
Em minha alma, ainda indignada , estruturo a PAZ sonhada por todas nós, mulheres, na MARCHA DO AMOR...
Desisti de corresponder às expectativas ... De ser mulher a preencher lacunas...
Sem nome, sem títulos, sem fama... Quero gozar a delícia de ser mulher... Apenas mulher !
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