11.2.07

MORTE



Joana Carolina Paro

Me devolveste a mim mesma e te odiei por isto.
Não queres que te veja degenerar?
Então, porque te condenaste à morte em vida?
Então, porque negas à tua vida a chance de se curar?

Me devolveste a mim mesma e te odiei por isto.
Tiraste de mim a esperança do amanhã,
Me condenaste à solidão dos suicidas,
Que se atiram dos abismos com desejo de voar...

Me devolveste a mim mesma e te odiei por isto.
Por não mais reconhecer esta mulher que encontrei,
Cansada, frustrada, triste, abandonada...
Despojada dos sonhos... exilada de si !

Me devolveste a mim mesma e te odiei por isto.
Rejeitaste o meu amor inteiro em nome do seu.
Te tornaste, ainda, o herói da minha história,
Despertando a princesa que, agora, já morreu.

Me devolveste a mim mesma... não mais te odeio por isto.
O ódio, é o apego à minha paixão de posse negada,
Na morte, não existem paixões, nem desejos...
Nem tempo... nem saudades... nem nada...


Agosto – 2002.






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