14.1.07

Na geografia do teu corpo

Joana Carolina Paro

Primeiro poema de um tempo novo – Janeiro/2007.

Quero ser fonte de água pura brotando dos subterrâneos...
Riacho de água mansa a percorrer caminhos
Preenchendo fendas...
Tornar-me cachoeira borbulhante
A acariciar tuas frias e duras rochas...
Quero ser mar sem fim
Abraçar tuas terras
Lamber tuas areias...

Na geografia do teu corpo
Quero ser montanhas verdejantes
Vales de terra fértil acolhendo tuas sementes
E quero ainda ser a semente
Rompendo a casca
Trazendo a vida...
E a mata virgem
A sustentar o sopro que respira a vida.





Na geografia do teu corpo
Quero ser vulcão incandescente
Guardando o fogo nas entranhas...
Quero ser raios e trovões e tempestades
Teu abalo sísmico que faz tremer
O coração da terra...
Mas quero ser a brisa que suaviza
A seiva perfumada a regar tuas veias
Sol no horizonte
Flores perfumadas num festival de cores
Teus mais doces sabores...

Na geografia do teu corpo
Quero ser o etéreo...
O céu estrelado...
A lua mansa clareando a noite...
Um arco-íris e o vôo de borboletas...
Tua inspiração...
Teu silêncio...
Tua paz...






2 comentários:

Anônimo disse...

Aff...Tão lindo que me furtou a palavra. Emudeço, com o coração pleno e a alma leve, amor.

Anônimo disse...

Lindo, simplismente lindo!!!! Amei!!!